Como funciona um marcapasso?
Quais os tipos de marcapasso?Biatriais: Com eletrodos em átrio direito e esquerdo.
Biventriculares: Com eletrodos nos Ventrículos: esquerdo e direito. O eletrodo em ventrículo esquerdo pode ser passado pelo seio coronariano via cateterismo ou epicárdico, via mini-toracotomia esquerda.
Exposição
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Permitido
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Orientação específica
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Não Permitido
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Telefonia comum e
Telefonia Celular*
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X
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Dar preferência ao lado
contralateral do aparelho.
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Aparelhos domésticos
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X
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Porta de banco
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Apresentar Carteira de portador
de marcapasso.
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X
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Porta magnética
(lojas,shoppings,etc)
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X
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Evitar ficar parado diante das
mesmas. Apresentar Carteira de portador de marcapasso.
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Detectores de metal
Aeroportos
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X
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Evitar ficar parado diante das
mesmas. Apresentar Carteira de portador de marcapasso.
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Esportes radicais e
lutas marciais
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Exceções podem existir
a regra.
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X
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Parque de diversões
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X
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Evitar roda-gigante,
montanha-russa e os brinquedos radicais.
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X
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Diatermia
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X
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||
Bisturi ElétricoX
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X
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Com programação antes e após a
Cirurgia.
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Ressonância Nuclear
Magnética
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X
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Exposição
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Permitido
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Orientação específica
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Não Permitido
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Telefonia comum e
Telefonia Celular*
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X
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Dar preferência ao lado
contralateral do aparelho.
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Aparelhos domésticos
|
X
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Porta de banco
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Apresentar Carteira de portador
de marcapasso.
|
X
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|
Porta magnética
(lojas,shoppings,etc)
|
X
|
Evitar ficar parado diante das
mesmas. Apresentar Carteira de portador de marcapasso.
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|
Detectores de metal
Aeroportos
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X
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Evitar ficar parado diante das
mesmas. Apresentar Carteira de portador de marcapasso.
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Esportes radicais e
lutas marciais
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Após reavaliação médica.
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X
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Dirigir automóvel**
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Após reavaliação médica.
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X
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Atividades
profissionais***
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X
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Após reavaliação médica.
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X
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Parque de diversões
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Evitar roda-gigante,
montanha-russa e os brinquedos radicais.
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X
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Bisturi ElétricoX
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X
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Com programação antes e após a
Cirurgia.
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Diatermia
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X
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||
Ressonância Nuclear
Magnética
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X
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***Atividades profissionais, via de regra, devemos avaliar o risco ao paciente e a terceiros. Esta avaliação inclui opinião de especialistas e médico do trabalho.
Nota: Exposições raras o seu médico deve ser consultado especificamente.
Período
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Análise
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Programação
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15 dias após o
IMPLANTE
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Integridade do sistema
Limiares iniciais
Avaliar ferida cirúrgica
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Conforme a demanda do paciente
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após o IMPLANTE
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Integridade do sistema
Limiares subagudos
Solicito HolterCardiograma 24h
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Conforme a demanda do paciente
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3 ou 6 meses
após o IMPLANTE
(depende das últimas avaliações)
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Integridade do sistema
Avaliar demanda de 24horas
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Integração do marcapasso com as
atividades do paciente
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A cada 6 meses
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Monitorizar arritmias,
limiares, impedância e bateria.
Estimar período para troca de gerador (bateria)
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Integração do marcapasso com as
atividades do paciente e arritmias
Ajuste de consumo
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Lembrar a carteira de
identificação do marcapasso no agendamento e na consulta.
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O marcapasso recebe e envia sinais elétricos
gerados tanto pelo coração como pelo gerador. Isto ocorre através da interação
entre o eletrodo que conduz esta energia e o gerador que a recebe, processa
informações e envia estímulos de volta ao coração.
Este complexo mecanismo depende do perfeito
estado de interação entre o eletrodo (fio) e o coração. Atualmente esta
interação é capaz de perceber o aumento na necessidade do coração, através de
medidas consecutivas de impedância, ou aumento da necessidade de freqüência
cardíaca quando o indivíduo estabelece alguma atividade física.
O gerador de pulso é o cérebro de todas estas
informações. Existem diferentes modelos e tipos de marcapasso que servem para
cada tipo de pessoa. Por exemplo, se tivermos um jovem com problemas de queda
de freqüência cardíaca importante, após os médicos realizarem todas as
investigações, devemos considerar as suas atividades diárias ou até necessidade
esportiva para a indicação do tipo de marcapasso e programação específicos.
Assim como analisar e adaptarmos às necessidades de um idoso, criança, etc.
A programação é a forma como o marcapasso irá se
comportar diante de determinadas situações, como por exemplo: aumento nas
atividades físicas, uma queda brusca de freqüência cardíaca, estresse, etc.
Esta programação é padronizada de fábrica
(nominal) e posteriormente pode ser modificada no consultório. No
pós-operatório é colocado um aparelho sobre o local onde o marcapasso foi
implantado e, através da pele são coletadas e enviadas informações.
Existem três tipos mais utilizados de marcapasso:
DDD – Marcapasso bicameral, com dois
eletrodos (atrial e ventricular), pode sentir e estimular o átrio e ventrículo
sincronizando o ritmo.
VVI – Marcapasso unicameral com um
eletrodo (ventricular), pode sentir e estimular o ventrículo, aumentando a
freqüência conforme a demanda do paciente.
VDD - Marcapasso bicameral, com um
eletrodo (atrial e ventricular), pode sentir o átrio e ventrículo e estimula o
ventrículo, sincronizando o ritmo.
O que é um Ressincronizador?
É um “marcapasso” que possui três eletrodos
(tricameral) como diferencial possui a capacidade de sincronização de câmeras
adjacentes: atrial (biatrial) ou ventricular (biventricular).
Como funciona um
Ressincronizador-biventricular?
O ressincronizador biventricular, tem o objetivo
de diminuir o tempo de estimulação entre as câmeras ventriculares,
principalmente quando este período de ativação elétrica é maior que 150ms. Com
a ressincronização existe uma diminuição neste tempo o que pode proporcionar um
melhor funcionamento do coração.
Quais os tipos de Ressincronizador?
Os ressincronizadores podem ser:
O que é um cardiodesfibrilador interno
(CDI)?
Dispositivo implantado, cirurgia semelhante a um
marcapasso, que tem a possibilidade de funcionar como marcapasso na terapia
anti-bradicardia (freqüência cardíaca baixa) e especialmente na terapia
anti-taquicardia (freqüência cardíaca alta) com a possibilidade de gerar choque
ou desfibrilação interna.
O implante ocorre em Hospital preferencialmente
no Centrocirúrgico ou Hemodinâmica com toda a monitorização e cuidados
necessários, sob sedação profunda ou anestesia geral.
Durante o implante é induzida artificialmente uma
arritmia tipo taquicardia ou fibrilação ventricular, e o aparelho de CDI será
testado para a identificação e reversão da arritmia através de choque interno.
Com este procedimento podemos confirmar a integridade do sistema e a capacidade
potencial de reversão numa situação simulada.
Como funciona um cardiodesfibrilador
interno (CDI) e como agir em caso de choque?
O aparelho é implantado em pacientes que já
tiveram arritmias ventriculares graves ou os que têm alto risco de
desenvolvimento de parada cardíaca em fibrilação ventricular. Uma vez
identificado pelo aparelho uma arritmia potencialmente grave existe uma série
de tentativas de supressão destas e, se houver parada cardíaca (fibrilação
ventricular), é iniciada a terapia com choques internos. … (vide IEstimulação
cardíaca artificial/ Marcapasso: O que é um marcapasso).
Caso haja terapia com choque, procure manter-se
calmo, deitar-se, e solicitar ajuda. Uma revisão deve ser realizada nas
próximas 24/48 horas. Se houver um segundo choque, o paciente deve ser
transportado imediatamente para o Serviço de Emergência do Hospital no qual
realizou o implante, preferencialmente em veículo-ambulância.
Lembrar sempre a carteira de identificação do aparelho.
Quais os tipos de cardiodesfibrilador
interno (CDI)?
Existem três tipos mais utilizados de CDI:
CDI-DDD – CDI bicameral, com dois
eletrodos (atrial e ventricular), pode sentir e estimular o átrio e ventrículo
sincronizando o ritmo, o choque é emitido pelo eletrodo ventricular.
CDI-VVI – CDI unicameral com um eletrodo
(ventricular), pode sentir e estimular o ventrículo, aumentando a freqüência
conforme a demanda do paciente, o choque é emitido pelo eletrodo ventricular.
Ressincronizador/CDI - Com eletrodos em
ventrículos esquerdo e direito. O eletrodo em ventrículo esquerdo pode ser
passado pelo seio coronariano via cateterismo ou epicárdico (via
mini-toracotomia esquerda), o choque é emitido pelo eletrodo ventricular
direito.
O que pode e o que não pode um portador
de marcapasso, ressincronizador?
*Proteção contra interferência em tecnologias TDMA
e GSM.
Quais as verdadeiras restrições de um
portador de cardiodesfibrilador interno(CDI)?
*Proteção contra interferência em tecnologias TDMA
e GSM.
De quanto em quanto tempo deve-se fazer
uma revisão?
As revisões em consultório são importantíssimas
para estabelecer a melhor interação entre o marcapasso e as necessidades do
paciente. Isto pode ser realizado através dos programadores. O programador
consiste de um aparelho que através de telemetria sobre o local onde o
marcapasso foi implantado coleta (como um Holtercardiograma implantado) e envia
informações.
Esta programação é padronizada de fábrica
(nominal) e posteriormente pode ser modificada no consultório.
Sugerimos um cronograma de reavaliações geral e que
pode ser adaptado individualmente à necessidade de cada pessoa.
Quanto tempo dura uma bateria de
marcapasso, ressincronizador e CDI?
Depende do modelo, do fabricante, da programação
e da necessidade individual. Assim como qualquer aparelho dependente de
bateria, o marcapasso, quanto mais requisitado maior o gasto de energia.
Em média um CDI (4 a 6 anos), CDI/RC(3 a 4 anos), MP unicamenral (6 a 10 anos), MP bicameral (6 a 8 anos).
Estas são estimativas médias, consulte o manual
do fabricante e principalmente durante as revisões solicite o tempo de bateria
residual para ERI – troca de gerador eletiva, ou seja, quando deve ser trocada
a bateria.
Lembre-se que após um período inicial o paciente
pode requisitar mais ou menos energia, e isto pode interferir no consumo.
Alguns aparelhos possuem um elemento de análise constante de demanda e pode
reduzir o gasto de energia pelo marcapasso com aumento de longevidade da
bateria.
Quais as complicações relacionadas ao
marcapasso, ressincronizador e CDI?
Complicações relacionadas ao implante:
Embolia gasosa, hemorragia, rejeição corporal, incluindo rejeição local ao
nível do tecido, lesão cardíaca, perfuração cardíaca, tamponamento cardíaco,
lesões nervosas crônicas, embolia, óbito, endocardite, fibrose excessiva,
fibrilação ventricular ou atrial, arritmias, hematoma, formação de cisto,
bloqueio cardíaco, infecção, cicatriz tipo quelóide, estimulação muscular ou
nervosa, irritabilidade miocárdica, detecção miopotencial, pneumotórax (ar no
espaço pleural), tromboembolias, trombose venosa, oclusão venosa, perfuração
venosa, ruptura venosa.
Potenciais efeitos adversos relacionados
com o sistema: Erosão do eletrodo ou gerador, extrusão, aceleração
inadequada de arritmias, abrasão e descontinuidade do eletrodo, migração e
desposicionamento do eletrodo, elevação do limiar, lesão na valva tricúspide,
etc.
Potenciais efeitos adversos relacionados
com o sistema (CDI): Terapia inadequada (choque inadequado), detecção
inadequada, choque reentrantes adequados, etc.
Potenciais efeitos adversos relacionados
com o sistema (Ressincronizador): Limiar inadequado (biventricular),
sincronização não otimizada, etc.
Orientações ao portador de marcapasso
- INTRODUÇÃO
- COMO FUNCIONA O CORAÇÃO NORMAL?
- COMO FUNCIONA O CORAÇÃO QUE PRECISA DE MARCAPASSO?
- PARA QUE SERVE O MARCAPASSO?
- O QUE É E COMO FUNCIONA O MARCAPASSO?
- ONDE FICA O MARCAPASSO?
- COMO É A OPERAÇÃO DE COLOCAÇÃO DE MARCAPASSO?
- O QUE ACONTECE APÓS A OPERAÇÃO?
- COMO SERÁ DEPOIS DA ALTA HOSPITALAR?
- QUE CUIDADOS SE DEVE TER COM O MARCAPASSO?
- QUANDO SE DEVE RETORNAR AO HOSPITAL?
- O MARCAPASSO PODE FALHAR?
- COMO SABER SE HÁ PROBLEMAS COM O MARCAPASSO?
- QUANTO TEMPO DURA O MARCAPASSO?
- O QUE É FEITO QUANDO A PILHA SE DESGASTA?
- OBSERVAÇÕES FINAIS
Você agora é portador de um aparelho eletrônico muito
especial, o marcapasso.
Como você, milhões de pessoas em todo o mundo, desde 1960,
sentem os benefícios deste tratamento.
Os batimentos do seu coração estão sendo agora auxiliados
por estímulos artificiais, produzidos pelo marcapasso. Isto lhe traz muita
segurança e assim você pode levar vida normal, sem medo.
Afinal, pessoas com marcapasso são encontradas em todas as
ocupações: trabalhando na lavoura, nas fábricas, nos escritórios, nas salas de
aula, nas tarefas de casa, praticando esportes, etc.
Vamos então ler o manual para saber mais de você com seu
marcapasso.
O coração normal trabalha sem parar e você nem percebe.
O trabalho do coração é o de bombear sangue para chegar a
todas as partes do corpo, através dos batimentos cardíacos. Cada batimento
normal segue a seqüência demonstrada na figura (1, 2, 3, 4) e bombeia uma
quantidade de sangue que varia de pessoa para pessoa. Por isso cada um tem um número
de batimentos diferente, que varia conforme as necessidades.
Por exemplo, quando realizamos esforços ou levamos um susto
o número de batimentos cardíacos aumentam e quando dormimos diminuem.
Em geral, a medida do pulso reflete o número desses batimentos
(medidos em 1 minuto).
Em condições normais, o número de batimentos cardíacos é
determinado por um marcapasso natural (o nódulo sinusal), que em atividades
cotidianas varia entre 60 e 100 batimentos por minuto.
O coração pode, em determinadas situações, (Doença do nó
sinusal, Bloqueio Atrioventricular, Hipersensibilidade do Seio Carotídeo ou
outras), perder a capacidade de gerar um número adequado de batimentos
cardíacos, transformando-se em um "coração lento", por curtos
períodos ou constantemente.
Estas situações podem provocar tonturas, cansaço fácil,
palpitações, desmaios ou, às vezes, nada provocar.
Cabe ao médico dar valor a estes sintomas e indicar a
necessidade do implante de marcapasso.
O marcapasso artificial é um aparelho que substitui o
marcapasso natural, quando este apresenta defeito.
Ele permite, portanto, que o coração volte a contar com um
número de batimentos eficientes, e com isso pode proporcionar o desaparecimento
dos sintomas.
De um modo geral, o marcapasso é um aparelho eletrônico
composto de duas partes: 1. caixa do marcapasso (gerador) que produz estímulos
elétricos e 2. fio de comunicação (cabo-eletrodo), que leva estes estímulos ao
coração para garantir os batimentos cardíacos.
Existem diversos tipos de marcapasso. Alguns utilizam um
único cabo-eletrodo e produzem sempre o mesmo número de batimentos cardíacos
(frequência fixa); outros podem proporcionar variação dos batimentos cardíacos
conforme as necessidades. Para isso, às vezes, são necessários dois
cabos-eletrodos.
O gerador fica localizado embaixo da pele, geralmente no
peito, próximo ao ombro. Menos freqüentemente, ele pode estar localizado em
outras regiões do corpo (barriga ou abaixo da mama).
O cabo-eletrodo, que sai do gerador, pode chegar ao coração
por uma grande veia e ser fixado na sua parede interna (endocárdico). Também
pode ser levado por debaixo da pele e ser fixado no lado externo do coração
(epicárdico).
Esta fixação pode ocorrer na cavidade superior (átrio
direito - marcapasso atrial), na cavidade inferior (ventrículo - marcapasso
ventricular) ou em ambas (átrio e ventrículo - marcapasso átrio-ventricular).
A operação de colocação do marcapasso (implante) é bem mais
simples do que as outras cirurgias cardíacas.
As crianças são sempre operadas sob anestesia geral. Os
adultos, na maioria das vezes, são operados sob anestesia local, podendo ou não
permanecer acordados.
O paciente permanece em média, 90 minutos na sala
operatória e ao final pode voltar diretamente para seu quarto.
A internação dura de 1 a 3 dias. Após a operação, é necessário o
cuidado de permanecer deitado, sem levantar da cama por 24 horas.
Você deverá seguir à risca as orientações médicas e da
enfermagem com relação à atividade física, medicamentos e a data de retorno à
Clínica de Marcapasso.
Quanto aos cuidados com a ferida operatória, mantenha
sempre o local limpo e seco, para isso use apenas água e sabonete.
Evite dormir do lado em que foi implantado o marcapasso nos
primeiros dez dias.
Noventa dias (3 meses) após a cirurgia, você poderá
realizar qualquer atividade, sem restrições.
Até completar um mês após o implante, você não deve
realizar movimentos fortes usando o braço do lado onde está o marcapasso.
Você pode escovar os dentes, pegar coisas leves, usar
talheres nas refeições e realizar outras atividades correspondentes.
Se for necessário erguer o braço para, por exemplo lavar ou
pentear os cabelos, procure fazê-lo sem realizar movimentos rápidos.
Você pode ainda, caminhar qualquer distância, mas procure
fazê-lo em ritmo lento para não forçar o movimento dos braços.
Durante este primeiro mês, você não deve dar pulos, viajar
de carro em estrada de terra, dirigir automóvel, guiar motocicletas, carregar,
suspender ou empurrar pesos.
Nos próximos 60 dias (2 meses) você pode, aos poucos,
liberar-se para atividades mais fortes: pode começar a dirigir automóvel,
realizar caminhadas mais rápidas e carregar algum peso.
Você só deve realizar atividades físicas como natação, jogo
de tênis, voley, futebol e outras, após completar 90 dias.
Retorno ao trabalho:
- Se você for
trabalhador braçal (pedreiro, doméstica, carpinteiro, lavrador, etc.) não
deve retornar ao trabalho antes de 90 dias (3 meses).
- Se você não for um
trabalhador braçal, provavelmente o retorno ao trabalho deverá ser mais
rápido. Converse com o médico a esse respeito.
1º) Carregar sempre a carteira (cartão) do portador de
marcapasso que é fornecida pelo hospital. Em caso de atendimento médico de
emergência ela será muito importante.
2º) Evitar traumatismos sobre a caixa do gerador, como
esportes violentos, agressões físicas, etc.
3º) Cuidados especiais devem ser tomados nos seguintes
ambientes:
a) em casa
b) na rua
c) no trabalho
A - Em casa
Você pode utilizar qualquer aparelho eletrodoméstico, como:
enceradeira, aspirador de pó, forno elétrico, TV, rádio, chuveiro elétrico,
cafeteira, exaustor, torneira elétrica, geladeira, batedeira, ferro elétrico,
toca discos, etc.
Caso você sinta algum mal estar durante a utilização de
qualquer aparelho, afaste-se dele e os sintomas desaparecem imediatamente.
Estas interferências, quando ocorrem, alteram
transitoriamente o funcionamento do marcapasso, que volta ao normal assim que
você se afastar do aparelho que está causando a interferência.
Você deve evitar levar um choque elétrico, não mexendo em
fio descascado e ligando os aparelhos na tomada com muito cuidado.
O aterramento adequado das instalações e a correta
manutenção e utilização dos aparelhos elétricos, são princípios gerais que
devem ser adotados em sua casa.
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
esse assunto no Apêndice A.
B - Em trânsito
Os marcapassos podem sofrer interferências no seu
funcionamento durante diversas atividades sociais e cotidianas de seus
portadores. Essas interferências, na maioria sem importância, podem ser
evitadas com medidas simples propiciando vida normal, sem maiores limitações.
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
este assunto no Apêndice B.
C - No trabalho
No ambiente profissional de portadores de marcapassos, pode
existir equipamentos que emitem sinais eletromagnéticos capazes de interfirir
no funcionamento do marcapasso e colocar em risco a vida do profissional que
opera o equipamento, de outros profissionais que transitam pelo ambiente ou de
clientes da empresa (exemplo: piloto de avião portador de marcapasso).
Interferências eletromagnéticas podem ocorrer, mais
frequentemente nos seguintes ambientes de trabalho de:
- empresas de
fornecimento de energia elétrica
- indústria mecânica e
siderúrgica
- indústria
eletro-eletrônica
- empresas de
telecomunicações
- empresas de
transportes
- indústria de
transformação de madeira e plástico
- hospitais e outros
serviços médicos e para-médicos
- prestadores de
serviços
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
este assunto no Apêndice C.
Uma semana depois da cirurgia você deverá retornar ao
hospital para retirada de pontos da cicatriz cirúrgica e/ou realizar a primeira
avaliação do marcapasso. As avaliações posteriores, em geral, são programadas
para 30 e 90 dias depois da cirurgia e depois a cada 4 ou 6 meses, conforme o
caso.
Os progressos da ciência tem produzido aparelhos cada vez
mais perfeitos. O marcapasso é um aparelho eletrônico muito seguro, porém, pode
falhar.
Estas falhas podem ser corrigidas, na grande maioria das
vezes, com o auxílio de aparelhos externos (programadores) que
"regulam" o marcapasso (reprogramação).
Raramente será necessária outra cirurgia para resolvê-los.
Existem duas maneiras de descobrir:
1º) Através da avaliação de rotina do marcapasso.
Nesta o médico pode descobrir defeitos que você pode não
perceber, e corrigí-los.
2º) Pela sua própria observação.
Como referido anteriormente neste manual, cada paciente tem
um número de batimentos cardíacos próprio (por minuto).
Estes podem ser programados conforme as suas necessidades,
pelo médico.
O controle periódico destes batimentos pode ser feito por
você mesmo através da verificação da pulsação (figura). Variações importantes
no ritmo e no número de batimentos programados pode significar defeito do
marcapasso.
Sintomas como tonturas, desmaios, vertigens e palpitações
podem ocorrer e não estarem ligados a defeitos do marcapasso. Portanto, você
deverá imediatamente comunicar-se com o seu médico.
Não se pode fazer previsão exata da duração de um
marcapasso.
A pilha, colocada dentro da "caixa do marcapasso"
(gerador), tem prazo programado variável conforme o tipo de marcapasso (5, 6, 8
anos ou mais).
Este prazo pode, entretanto, não ser atingido. Algumas
pilhas podem apresentar desgaste anormal e com isso durar menos. Também pode
ocorrer de durar mais tempo que o previsto. Lembre-se que durante as avaliações
periódicas do marcapasso, o médico pode: perceber se está ocorrendo desgaste
anormal das pilhas ou quando possível, reprogramar a energia para aumentar a
duração do marcapasso.
Sempre que for constatado desgaste anormal, a pilha deve
ser trocada (ela não pode ser recarregada). Para resolver o problema é feita a
troca da caixa do marcapasso (não se pode trocar somente as pilhas).
Em geral, a troca da caixa é realizada através de pequena
cirurgia, bem mais simples que a do implante. Raramente o fio de comunicação
necessita ser trocado. Assim o tempo de internação é mais curto. Em alguns
casos o paciente recebe alta no mesmo dia.
As vezes, entretanto, pode-se optar por colocar mais um fio
de comunicação e mudar o tipo de marcapasso, o que aumenta o tempo de
internação.
Este manual procurou enfocar as orientações mais
importantes referentes aos portadores de marcapasso. Entretanto, duvidas
particulares não abordadas poderão surgir.
Evidentemente elas deverão ser esclarecidas junto ao seu
médico assistente.
Procure conhecer ao máximo o marcapasso e a sua relação com
ele. Para isso, se for necessário, leia o manual várias vezes.
Caso você esteja interessado em obter informações técnicas
mais detalhadas sobre os assuntos comentados anteriormente, leia os apêndices
descritos nas páginas seguintes.
AMBIENTE DOMÉSTICO
Apesar da grande diversidade de equipamentos presentes no
ambiente domiciliar, o potencial de interferências dos mesmos é muito pequeno.
Essas interferências, na sua maioria de natureza eletromagnética, além de
ocorrerem raramente, são na grande maioria das vezes, incapazes de causar
problemas clínicos relevantes.
Entretanto, apesar de serem dotados de circuitos com
filtros específicos que procuram evitar problemas dessa natureza, todo
marcapasso está sujeito às interferências de aparelhos eletrodomésticos. O
aterramento adequado das instalações e a correta manutenção e utilização dos
aparelhos elétricos, são princípios gerais que devem ser adotados pelo portador
de marcapasso em seu domicílio.
Eletrodomésticos
Em condições normais de funcionamento e adequado
aterramento da rede domiciliar, a grande maioria dos aparelhos eletrodomésticos
não geram interferência nos marcapassos. Entretanto deve ser evitado o contato
direto da região do corpo onde está o gerador com o aparelho em funcionamento. São
exemplos: rádios e televisores, tomadas e interruptores elétricos, telefones
comuns e sem fio, portões eletrônicos, controles-remotos, chuveiros, máquinas
de lavar, geladeiras, secadoras, batedeiras, liqüidificadores,
ferros-elétricos, exaustores, fornos, computadores, ar condicionado, lâmpadas
fluorescentes, aquecedores, enceradeiras, torneiras elétricas e brinquedos
eletrônicos.
Fornos de microondas
Os fornos de microondas eram antigamente questionados como
causadores de interferências às custas de "fuga de energia" por
ineficiente vedação do sistema. Os avanços tecnológicos dos marcapassos e a
blindagem atual dos fornos de microondas tornam essa possibilidade de
interferência bastante remota. Nessa situação a possibilidade de interferência
pode ser evitada mantendo-se o paciente afastado dois metros do microondas
quando em funcionamento.
Colchão Magnético
O uso do colchão magnético está contra-indicado para o
paciente portador de marcapasso, devido a possibilidade de reversão para o modo
assíncrônico de estimulação, mudando sua freqüência para a magnética, quando o
imã entrar em contato com o gerador. Esse evento pode propiciar a competição
entre o ritmo próprio e o ritmo do marcapasso, favorecendo o aparecimento ou
desencadeando arritmias.
Aparelhos Sonoros Dotados de Imãs Potentes
Todo manuseio de aparelhos com imãs potentes exigem
cuidados. Aparelhos sonoros como alto-falantes dotados de imãs potentes apesar
de não serem tão problemáticos como o colchão magnético, podem causar problemas
se estiverem em contato direto com a loja do gerador.
Choques Elétricos
Os choques elétricos, que podem estar presentes em todas as
situações domiciliares, igualmente são minimizados pelas condições de aterramento
e manutenção adequada da instalação e equipamentos. Geralmente são da ordem de 110 a 220 Volts e podem
interferir de duas formas nos sistemas de estimulação: a) interferência direta
no gerador, podendo momentaneamente inibi-lo, deflagrá-lo, revertê-lo em modo
assíncrono ou, até mesmo, alterar seu circuito de sensibilidade; b) através da
passagem da corrente elétrica pelo cabo-eletrodo pode ocorrer alteração da
interface cabo-eletrodo-coração (mudança do limiar de comando e/ou
sensibilidade).
Aparelhos que produzem vibração
Vibrações causadas por aparelhos eletrodomésticos como
barbeadores elétricos, escovas dentais elétricas, aparadores de grama,
perfuradores elétricos e vibradores para massagem, podem influir no circuito de
sensibilidade dos marcapassos dotados de sensores para movimento, como nos
acelerômetros e principalmente nos cristais piezoeléctricos.
Nessas condições o movimento vibratório pode provocar uma
taquicardia inapropriada.
Turbulência Hídrica (Hidromassagem) e Acústica
Apesar da inexistência de dados na literatura, as situações
que envolvem turbulência hídrica como hidromassagem e, eventualmente, até
turbulência acústica podem teoricamente também interferir nesses marcapassos
com sensores de movimento.
Sauna
Não obstante a sofisticação progressiva dos marcapassos que
envolvem sensores, a sua adequação fisiológica para as diversas solicitações
hemodinâmicas ainda são incompletas. Portanto, embora não interfiram
diretamente nos marcapassos, situações que podem provocar vaso-dilatação
importante como saunas prolongadas podem, dependendo do tipo do modo de
estimulação, evoluir com sintomas de baixo débito. Isso não deve ser
interpretado como interferência no marcapasso, mas como uma inadequada resposta
cronotrópica frente a uma solicitação metabólica exacerbada.
Esteiras ou Bicicletas Ergométricas
Estes aparelhos não interferem com o marcapasso, mas podem
resultar num trabalho físico que exija uma adequação de débito e freqüência
cardíaca para o exercício realizado. A eventual disfunção miocárdica e
limitação da adequação cronotrópica do marcapasso podem limitar a utilização
dessas formas de atividade física.
Fenômenos Triboelétricos
São causados por energia eletrostática, favorecida por
clima quente e seco. Um exemplo desse fenômeno é a atração de partículas,
gerados após a fricção de um objeto em uma superfície capaz de acumular cargas
elétricas (após ser friccionado nos cabelos, um pente é capaz de atrair
partículas de papel). Esse fenômeno pode ocorrer na interação de partículas
acumuladas em monitores de televisão e computador. Embora de discretíssimo
efeito clínico, existe a possibilidade de mínimas inibições transitórias do
gerador, quando em contato direto nessa superfície. Resumidamente o ambiente
doméstico raramente causa problemas clínicos ao portador de marcapasso. Pode-se
considerar que, na vigência da rede elétrica bem aterrada e aparelhagem com boa
manutenção, é improvável que as interferências do meio domiciliar possam trazer
qualquer prejuízo para a vida rotineira do paciente.
AMBIENTE SOCIAL
Os portadores de marcapasso cardíacos estão sujeitos à
interferências no funcionamento de seus sistemas de estimulação cardíaca, em
diversas situações de suas atividades sociais e cotidianas. Essas
interferências, na maioria sem significado clínico, podem ser evitadas com medidas
e/ou precauções simples, propiciando uma vida normal sem maiores limitações.
Procuraremos a seguir comentar situações e circunstâncias que freqüentemente
são alvo de questões dos pacientes a seus médicos:
Detetores de metais em aeroportos e em portas de bancos e
dispositivo anti-furtos de lojas
Estes dispositivos são passíveis de causar interferências
em marcapassos tanto unipolares como bipolares, podendo inibir, deflagrar,
reverter ao modo assíncrono e até mesmo modificar a programação dos marcapassos.
Recomenda-se aos portadores de marcapassos que não se exponham a estes tipos de
equipamento.
Transformadores e linhas de Alta Tensão
Podem determinar inibições ou deflagrações nos marcapassos,
sendo recomendado aos pacientes não transitarem próximo destes locais.
Escada Rolante, Elevadores, Portas Automáticas e Rádio de
Freqüência Privada
Não existem evidências de interferências nos marcapassos.
Transportes Coletivos
Não existem evidências de interferências nos marcapassos de
pacientes que utilizam transportes coletivos, sendo portanto liberados (em
algumas situações a vibração durante o translado pode interferir sobre os
sensores de atividade, provocando uma elevação inadequada da freqüência, porém
sem maiores significado clínico além do desconforto para o paciente).
Entretanto as cabines de comando de aviões devem ser evitadas.
Telefonia Celular
O sistema de telefonia celular utilizado atualmente na
maior parte do território brasileiro é analógico e pode causar discretas
interferências do tipo inibição transitória sem maiores repercussões clínicas.
o sistema digital mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa, dependendo da
proximidade do aparelho ao marcapasso, pode determinar interferências mais
significativas, havendo relatos até mesmo de mudança da programação.
Independente da tecnologia utilizada, recomenda-se manter o aparelho, sempre
que ligado, a uma distância superior a 15cm do marcapasso e seu uso no ouvido
contralateral além de não porta-lo próximo ao gerador (não mante-lo nos bolsos
de camisas e paletós, por exemplo).
Usuários de Automóvel
Apesar de existirem relatos de interferências em
marcapassos de pacientes que se aproximam do motor, os usuários (motorista e
passageiros) não sofrem qualquer tipo de interferência, sendo portanto este
meio de transporte liberado.
Práticas de Esporte e Esforços físicos em Geral
Qualquer esforço físico que requeira a participação da
musculatura próxima do gerador de pulso pode causar interferências do tipo
inibição, deflagração e/ou reversão assincrônica nos marcapassos unipolares,
devido a ação dos potenciais elétricos dos músculos esqueléticos, sendo que os
marcapassos bipolares são menos suscetíveis a este tipo de interferência. Não
existe maiores limitações para a prática de esportes.
Atividades Sexuais
Não existe qualquer tipo de interferência nos marcapassos
durante a atividade sexual desde que não ocorra, nos casos de marcapassos
unipolares, esforço físico na musculatura próxima ao gerador de pulso.
Parques de Diversão, Shopping Centers e Casas de
Espetáculos
Não existem evidências de interferência nos marcapassos
nestes locais.
AMBIENTE PROFISSIONAL
1. EMPRESAS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
a) Geração de energia elétrica
Os campos eletromagnéticos de grande magnitude como
conseqüência do acionamento dos diversos geradores de energia elétrica
contra-indica a presença de portadores de marcapassos. Existem, no entanto,
nestes locais algumas áreas com baixo nível de interferência eletromagnética
onde não há risco para os portadores de marcapasso.
b) Subestação de distribuição
Campos eletromagnéticos de alta tensão (corrente alternada
de 50 a
60 Hz) estão presentes nesses locais. Trabalhadores desta área que portam
marcapasso podem apresentar modificação funcional dessas próteses (inibição
e/ou reversão assíncrona). Estudos demonstram que existe a possibilidade de se
proteger esses profissionais através de paramentação específica, confeccionada
com material isolante capaz de permitir o trabalho em estações de até 400 KW.
c) Linhas de transmissão
Os campos eletromagnéticos provocados pelas linhas de alta
tensão podem provocar modificações funcionais em portadores de marcapasso. Essa
interferência depende da proximidade física do paciente à rede elétrica e da
presença de objetos de metal de grande porte (como automóveis) próximo ao portador
de marcapasso.
2. INDÚSTRIA MECÂNICA E SIDERURGIA
Os engenheiros, técnicos e os operadores de equipamentos
portadores de marcapasso estão sujeitos a ação de campos eletromagnéticos
quando atuam sob a influência das seguintes fontes:
a) Dispositivos de solda elétrica (arco voltaico) que
utilizem até 225A em corrente alternada ou contínua com baixa voltagem, parecem
não interferir na função dos marcapassos (testes in vitro). Por outro lado,
dispositivos de maior porte que utilizem mais de 300A têm demonstrado
modificações funcionais temporárias em importante percentual de pacientes. São
exemplos equipamentos para solda a ponto, para solda submarina, sob uso de gás
tungstênio.
b) Motores elétricos de grande porte através da geração de
campos eletromagnéticos podem provocar modificações funcionais transitórias nos
marcapassos, do tipo inibição, deflagração e reversão assíncrona.
3. INDÚSTRIA ELETRO-ELETRÔNICA
Os profissionais da área de montagem de tubos de TV e
monitores genéricos de vídeo (fontes de emissão de raios catódicos);
equipamentos de dosagem de radiação (portáteis ou de grande porte), estão
sujeitos às interferências por essas fontes de campo eletromagnético.
Equipamentos de solda por radiofrequência também podem provocar alterações temporárias
no funcionamento dos marcapassos.
4. EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES
a) Transmissores de radiofrequência AM, FM e TV podem
inibir geradores de pulso unipolares, na dependência da proximidade, potência e
modulação da freqüência transmitida.
b) Radar raramente interfere na função dos marcapassos de
seus operadores, podendo eventualmente ser detectada inibição esporádica da
estimulação.
5. EMPRESAS DE TRANSPORTES
Os condutores de automóveis, ônibus, caminhões, trolebus
não sofrem interferências sobre a função dos seus marcapassos durante suas
atividades profissionais. As cabines de aviões constituem exceção pela presença
de múltiplos dispositivos de radiocomunicação. Restrições profissionais,
entretanto têm sido feitas somente aos pilotos não se estendendo aos demais
tripulantes.
6. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DE MADEIRA E PLÁSTICOS
Os secadores de madeira por radiofrequência, furadeiras,
lixadeiras são fontes de interferência que podem causar inibição, deflagração e
reversão de marcapassos.
7. HOSPITAIS E OUTROS SERVIÇOS MÉDICOS E PARAMÉDICOS
Os profissionais que operam ou transitam em ambientes
dotados de equipamentos médicos, odontológicos ou paramédicos, estão sujeitos
às mesmas restrições que os pacientes. Devem, portanto seguir as mesmas
orientações do capítulo das interferências hospitalares.
8. PRESTADORES DE SERVIÇO
a) Eletricistas
Apesar do risco potencial, esses profissionais lidam com
rede de baixa voltagem e, quando suficientemente esclarecidos e protegidos por
luvas de borracha e botas, não são alvo de acontecimentos fatais.
b) Mecânicos de automóveis
As possíveis fontes de interferência ao sistema de
estimulação cardíaca relacionados à mecânica de automóveis tem sido pouco
estudadas. Sabe-se entretanto, que as operações ligadas aos motores e
instalações elétricas podem gerar campos elétricos e/ou eletromagnéticos. Com
relação aos motores de partida e a bobina do sistema de ignição são tidos como
capaz de provocar inibições da estimulação em marcapassos unipolares em
situações de proximidade inferior a 60cm.
Recomendam-se distâncias de 1 metro durante o manuseio
de motores com a ignição eletrônica ligados. As demais operações que envolvem
instalações elétricas de automóveis não são capazes de provocar ameaças porque
operam em baixa voltagem e em corrente contínua.
c) Funilaria e serralheria
Tais profissionais são submetidos a fontes diversas de
interferências durante suas atividades, a utilização de dispositivos de solda
elétrica de baixa voltagem e amperagem parece não interferir nos marcapassos.
Quando se utilizam equipamentos de alta voltagem, entretanto, podem ocorrer
inibições de marcapasso uni ou bipolares. O uso de furadeiras e lixadeiras pode
provocar baixo grau de inibição ou reversão assíncrona.
d) Técnico de televisão
O tubo de imagem e os dispositivos utilizados para teste e
reparo são fontes de campos eletromagnéticos capazes de interferir nos
marcapassos. As interferências podem ser do tipo inibição, deflagração ou
reversão para o modo assíncrono.
e) Digitador e técnico de informática
Com exceção dos problemas inerentes aos fenômenos
triboelétricos relacionados ao monitor de computador, não parece haver qualquer
interferência sobre o marcapasso. É recomendável entretanto, o adequado
aterramento do computador, inclusive do teclado.
f) Consultório dentário
Os dentistas e seus auxiliares quando portadores de
marcapasso, podem estar sujeito a inibição, deflagração e reversão pela
interferência de aparelhos de diatermia dental sempre que os aparelhos estejam
ligados. Observando-se distâncias superiores a 35cm tais interferências deixam
de ocorrer.
Orientações ao portador de marcapasso
- INTRODUÇÃO
- COMO FUNCIONA O CORAÇÃO NORMAL?
- COMO FUNCIONA O CORAÇÃO QUE PRECISA DE MARCAPASSO?
- PARA QUE SERVE O MARCAPASSO?
- O QUE É E COMO FUNCIONA O MARCAPASSO?
- ONDE FICA O MARCAPASSO?
- COMO É A OPERAÇÃO DE COLOCAÇÃO DE MARCAPASSO?
- O QUE ACONTECE APÓS A OPERAÇÃO?
- COMO SERÁ DEPOIS DA ALTA HOSPITALAR?
- QUE CUIDADOS SE DEVE TER COM O MARCAPASSO?
- QUANDO SE DEVE RETORNAR AO HOSPITAL?
- O MARCAPASSO PODE FALHAR?
- COMO SABER SE HÁ PROBLEMAS COM O MARCAPASSO?
- QUANTO TEMPO DURA O MARCAPASSO?
- O QUE É FEITO QUANDO A PILHA SE DESGASTA?
- OBSERVAÇÕES FINAIS
Você agora é portador de um aparelho eletrônico muito
especial, o marcapasso.
Como você, milhões de pessoas em todo o mundo, desde 1960,
sentem os benefícios deste tratamento.
Os batimentos do seu coração estão sendo agora auxiliados
por estímulos artificiais, produzidos pelo marcapasso. Isto lhe traz muita
segurança e assim você pode levar vida normal, sem medo.
Afinal, pessoas com marcapasso são encontradas em todas as
ocupações: trabalhando na lavoura, nas fábricas, nos escritórios, nas salas de
aula, nas tarefas de casa, praticando esportes, etc.
Vamos então ler o manual para saber mais de você com seu
marcapasso.
O coração normal trabalha sem parar e você nem percebe.
O trabalho do coração é o de bombear sangue para chegar a
todas as partes do corpo, através dos batimentos cardíacos. Cada batimento
normal segue a seqüência demonstrada na figura (1, 2, 3, 4) e bombeia uma
quantidade de sangue que varia de pessoa para pessoa. Por isso cada um tem um número
de batimentos diferente, que varia conforme as necessidades.
Por exemplo, quando realizamos esforços ou levamos um susto
o número de batimentos cardíacos aumentam e quando dormimos diminuem.
Em geral, a medida do pulso reflete o número desses batimentos
(medidos em 1 minuto).
Em condições normais, o número de batimentos cardíacos é
determinado por um marcapasso natural (o nódulo sinusal), que em atividades
cotidianas varia entre 60 e 100 batimentos por minuto.
O coração pode, em determinadas situações, (Doença do nó
sinusal, Bloqueio Atrioventricular, Hipersensibilidade do Seio Carotídeo ou
outras), perder a capacidade de gerar um número adequado de batimentos
cardíacos, transformando-se em um "coração lento", por curtos
períodos ou constantemente.
Estas situações podem provocar tonturas, cansaço fácil,
palpitações, desmaios ou, às vezes, nada provocar.
Cabe ao médico dar valor a estes sintomas e indicar a
necessidade do implante de marcapasso.
O marcapasso artificial é um aparelho que substitui o
marcapasso natural, quando este apresenta defeito.
Ele permite, portanto, que o coração volte a contar com um
número de batimentos eficientes, e com isso pode proporcionar o desaparecimento
dos sintomas.
De um modo geral, o marcapasso é um aparelho eletrônico
composto de duas partes: 1. caixa do marcapasso (gerador) que produz estímulos
elétricos e 2. fio de comunicação (cabo-eletrodo), que leva estes estímulos ao
coração para garantir os batimentos cardíacos.
Existem diversos tipos de marcapasso. Alguns utilizam um
único cabo-eletrodo e produzem sempre o mesmo número de batimentos cardíacos
(frequência fixa); outros podem proporcionar variação dos batimentos cardíacos
conforme as necessidades. Para isso, às vezes, são necessários dois
cabos-eletrodos.
O gerador fica localizado embaixo da pele, geralmente no
peito, próximo ao ombro. Menos freqüentemente, ele pode estar localizado em
outras regiões do corpo (barriga ou abaixo da mama).
O cabo-eletrodo, que sai do gerador, pode chegar ao coração
por uma grande veia e ser fixado na sua parede interna (endocárdico). Também
pode ser levado por debaixo da pele e ser fixado no lado externo do coração
(epicárdico).
Esta fixação pode ocorrer na cavidade superior (átrio
direito - marcapasso atrial), na cavidade inferior (ventrículo - marcapasso
ventricular) ou em ambas (átrio e ventrículo - marcapasso átrio-ventricular).
A operação de colocação do marcapasso (implante) é bem mais
simples do que as outras cirurgias cardíacas.
As crianças são sempre operadas sob anestesia geral. Os
adultos, na maioria das vezes, são operados sob anestesia local, podendo ou não
permanecer acordados.
O paciente permanece em média, 90 minutos na sala
operatória e ao final pode voltar diretamente para seu quarto.
A internação dura de 1 a 3 dias. Após a operação, é necessário o
cuidado de permanecer deitado, sem levantar da cama por 24 horas.
Você deverá seguir à risca as orientações médicas e da
enfermagem com relação à atividade física, medicamentos e a data de retorno à
Clínica de Marcapasso.
Quanto aos cuidados com a ferida operatória, mantenha
sempre o local limpo e seco, para isso use apenas água e sabonete.
Evite dormir do lado em que foi implantado o marcapasso nos
primeiros dez dias.
Noventa dias (3 meses) após a cirurgia, você poderá
realizar qualquer atividade, sem restrições.
Até completar um mês após o implante, você não deve
realizar movimentos fortes usando o braço do lado onde está o marcapasso.
Você pode escovar os dentes, pegar coisas leves, usar
talheres nas refeições e realizar outras atividades correspondentes.
Se for necessário erguer o braço para, por exemplo lavar ou
pentear os cabelos, procure fazê-lo sem realizar movimentos rápidos.
Você pode ainda, caminhar qualquer distância, mas procure
fazê-lo em ritmo lento para não forçar o movimento dos braços.
Durante este primeiro mês, você não deve dar pulos, viajar
de carro em estrada de terra, dirigir automóvel, guiar motocicletas, carregar,
suspender ou empurrar pesos.
Nos próximos 60 dias (2 meses) você pode, aos poucos,
liberar-se para atividades mais fortes: pode começar a dirigir automóvel,
realizar caminhadas mais rápidas e carregar algum peso.
Você só deve realizar atividades físicas como natação, jogo
de tênis, voley, futebol e outras, após completar 90 dias.
Retorno ao trabalho:
- Se você for
trabalhador braçal (pedreiro, doméstica, carpinteiro, lavrador, etc.) não
deve retornar ao trabalho antes de 90 dias (3 meses).
- Se você não for um
trabalhador braçal, provavelmente o retorno ao trabalho deverá ser mais
rápido. Converse com o médico a esse respeito.
1º) Carregar sempre a carteira (cartão) do portador de
marcapasso que é fornecida pelo hospital. Em caso de atendimento médico de
emergência ela será muito importante.
2º) Evitar traumatismos sobre a caixa do gerador, como
esportes violentos, agressões físicas, etc.
3º) Cuidados especiais devem ser tomados nos seguintes
ambientes:
a) em casa
b) na rua
c) no trabalho
b) na rua
c) no trabalho
A - Em casa
Você pode utilizar qualquer aparelho eletrodoméstico, como:
enceradeira, aspirador de pó, forno elétrico, TV, rádio, chuveiro elétrico,
cafeteira, exaustor, torneira elétrica, geladeira, batedeira, ferro elétrico,
toca discos, etc.
Caso você sinta algum mal estar durante a utilização de
qualquer aparelho, afaste-se dele e os sintomas desaparecem imediatamente.
Estas interferências, quando ocorrem, alteram
transitoriamente o funcionamento do marcapasso, que volta ao normal assim que
você se afastar do aparelho que está causando a interferência.
Você deve evitar levar um choque elétrico, não mexendo em
fio descascado e ligando os aparelhos na tomada com muito cuidado.
O aterramento adequado das instalações e a correta
manutenção e utilização dos aparelhos elétricos, são princípios gerais que
devem ser adotados em sua casa.
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
esse assunto no Apêndice A.
B - Em trânsito
Os marcapassos podem sofrer interferências no seu
funcionamento durante diversas atividades sociais e cotidianas de seus
portadores. Essas interferências, na maioria sem importância, podem ser
evitadas com medidas simples propiciando vida normal, sem maiores limitações.
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
este assunto no Apêndice B.
C - No trabalho
No ambiente profissional de portadores de marcapassos, pode
existir equipamentos que emitem sinais eletromagnéticos capazes de interfirir
no funcionamento do marcapasso e colocar em risco a vida do profissional que
opera o equipamento, de outros profissionais que transitam pelo ambiente ou de
clientes da empresa (exemplo: piloto de avião portador de marcapasso).
Interferências eletromagnéticas podem ocorrer, mais
frequentemente nos seguintes ambientes de trabalho de:
- empresas de
fornecimento de energia elétrica
- indústria mecânica e
siderúrgica
- indústria
eletro-eletrônica
- empresas de
telecomunicações
- empresas de
transportes
- indústria de
transformação de madeira e plástico
- hospitais e outros
serviços médicos e para-médicos
- prestadores de
serviços
Consulte, no final deste manual, maiores detalhes sobre
este assunto no Apêndice C.
Uma semana depois da cirurgia você deverá retornar ao
hospital para retirada de pontos da cicatriz cirúrgica e/ou realizar a primeira
avaliação do marcapasso. As avaliações posteriores, em geral, são programadas
para 30 e 90 dias depois da cirurgia e depois a cada 4 ou 6 meses, conforme o
caso.
Os progressos da ciência tem produzido aparelhos cada vez
mais perfeitos. O marcapasso é um aparelho eletrônico muito seguro, porém, pode
falhar.
Estas falhas podem ser corrigidas, na grande maioria das
vezes, com o auxílio de aparelhos externos (programadores) que
"regulam" o marcapasso (reprogramação).
Raramente será necessária outra cirurgia para resolvê-los.
Existem duas maneiras de descobrir:
1º) Através da avaliação de rotina do marcapasso.
Nesta o médico pode descobrir defeitos que você pode não
perceber, e corrigí-los.
2º) Pela sua própria observação.
Como referido anteriormente neste manual, cada paciente tem
um número de batimentos cardíacos próprio (por minuto).
Estes podem ser programados conforme as suas necessidades,
pelo médico.
O controle periódico destes batimentos pode ser feito por
você mesmo através da verificação da pulsação (figura). Variações importantes
no ritmo e no número de batimentos programados pode significar defeito do
marcapasso.
Sintomas como tonturas, desmaios, vertigens e palpitações
podem ocorrer e não estarem ligados a defeitos do marcapasso. Portanto, você
deverá imediatamente comunicar-se com o seu médico.
Não se pode fazer previsão exata da duração de um
marcapasso.
A pilha, colocada dentro da "caixa do marcapasso"
(gerador), tem prazo programado variável conforme o tipo de marcapasso (5, 6, 8
anos ou mais).
Este prazo pode, entretanto, não ser atingido. Algumas
pilhas podem apresentar desgaste anormal e com isso durar menos. Também pode
ocorrer de durar mais tempo que o previsto. Lembre-se que durante as avaliações
periódicas do marcapasso, o médico pode: perceber se está ocorrendo desgaste
anormal das pilhas ou quando possível, reprogramar a energia para aumentar a
duração do marcapasso.
Sempre que for constatado desgaste anormal, a pilha deve
ser trocada (ela não pode ser recarregada). Para resolver o problema é feita a
troca da caixa do marcapasso (não se pode trocar somente as pilhas).
Em geral, a troca da caixa é realizada através de pequena
cirurgia, bem mais simples que a do implante. Raramente o fio de comunicação
necessita ser trocado. Assim o tempo de internação é mais curto. Em alguns
casos o paciente recebe alta no mesmo dia.
As vezes, entretanto, pode-se optar por colocar mais um fio
de comunicação e mudar o tipo de marcapasso, o que aumenta o tempo de
internação.
Este manual procurou enfocar as orientações mais
importantes referentes aos portadores de marcapasso. Entretanto, duvidas
particulares não abordadas poderão surgir.
Evidentemente elas deverão ser esclarecidas junto ao seu
médico assistente.
Procure conhecer ao máximo o marcapasso e a sua relação com
ele. Para isso, se for necessário, leia o manual várias vezes.
Caso você esteja interessado em obter informações técnicas
mais detalhadas sobre os assuntos comentados anteriormente, leia os apêndices
descritos nas páginas seguintes.
AMBIENTE DOMÉSTICO
Apesar da grande diversidade de equipamentos presentes no
ambiente domiciliar, o potencial de interferências dos mesmos é muito pequeno.
Essas interferências, na sua maioria de natureza eletromagnética, além de
ocorrerem raramente, são na grande maioria das vezes, incapazes de causar
problemas clínicos relevantes.
Entretanto, apesar de serem dotados de circuitos com
filtros específicos que procuram evitar problemas dessa natureza, todo
marcapasso está sujeito às interferências de aparelhos eletrodomésticos. O
aterramento adequado das instalações e a correta manutenção e utilização dos
aparelhos elétricos, são princípios gerais que devem ser adotados pelo portador
de marcapasso em seu domicílio.
Eletrodomésticos
Em condições normais de funcionamento e adequado
aterramento da rede domiciliar, a grande maioria dos aparelhos eletrodomésticos
não geram interferência nos marcapassos. Entretanto deve ser evitado o contato
direto da região do corpo onde está o gerador com o aparelho em funcionamento. São
exemplos: rádios e televisores, tomadas e interruptores elétricos, telefones
comuns e sem fio, portões eletrônicos, controles-remotos, chuveiros, máquinas
de lavar, geladeiras, secadoras, batedeiras, liqüidificadores,
ferros-elétricos, exaustores, fornos, computadores, ar condicionado, lâmpadas
fluorescentes, aquecedores, enceradeiras, torneiras elétricas e brinquedos
eletrônicos.
Fornos de microondas
Os fornos de microondas eram antigamente questionados como
causadores de interferências às custas de "fuga de energia" por
ineficiente vedação do sistema. Os avanços tecnológicos dos marcapassos e a
blindagem atual dos fornos de microondas tornam essa possibilidade de
interferência bastante remota. Nessa situação a possibilidade de interferência
pode ser evitada mantendo-se o paciente afastado dois metros do microondas
quando em funcionamento.
Colchão Magnético
O uso do colchão magnético está contra-indicado para o
paciente portador de marcapasso, devido a possibilidade de reversão para o modo
assíncrônico de estimulação, mudando sua freqüência para a magnética, quando o
imã entrar em contato com o gerador. Esse evento pode propiciar a competição
entre o ritmo próprio e o ritmo do marcapasso, favorecendo o aparecimento ou
desencadeando arritmias.
Aparelhos Sonoros Dotados de Imãs Potentes
Todo manuseio de aparelhos com imãs potentes exigem
cuidados. Aparelhos sonoros como alto-falantes dotados de imãs potentes apesar
de não serem tão problemáticos como o colchão magnético, podem causar problemas
se estiverem em contato direto com a loja do gerador.
Choques Elétricos
Os choques elétricos, que podem estar presentes em todas as
situações domiciliares, igualmente são minimizados pelas condições de aterramento
e manutenção adequada da instalação e equipamentos. Geralmente são da ordem de 110 a 220 Volts e podem
interferir de duas formas nos sistemas de estimulação: a) interferência direta
no gerador, podendo momentaneamente inibi-lo, deflagrá-lo, revertê-lo em modo
assíncrono ou, até mesmo, alterar seu circuito de sensibilidade; b) através da
passagem da corrente elétrica pelo cabo-eletrodo pode ocorrer alteração da
interface cabo-eletrodo-coração (mudança do limiar de comando e/ou
sensibilidade).
Aparelhos que produzem vibração
Vibrações causadas por aparelhos eletrodomésticos como
barbeadores elétricos, escovas dentais elétricas, aparadores de grama,
perfuradores elétricos e vibradores para massagem, podem influir no circuito de
sensibilidade dos marcapassos dotados de sensores para movimento, como nos
acelerômetros e principalmente nos cristais piezoeléctricos.
Nessas condições o movimento vibratório pode provocar uma
taquicardia inapropriada.
Turbulência Hídrica (Hidromassagem) e Acústica
Apesar da inexistência de dados na literatura, as situações
que envolvem turbulência hídrica como hidromassagem e, eventualmente, até
turbulência acústica podem teoricamente também interferir nesses marcapassos
com sensores de movimento.
Sauna
Não obstante a sofisticação progressiva dos marcapassos que
envolvem sensores, a sua adequação fisiológica para as diversas solicitações
hemodinâmicas ainda são incompletas. Portanto, embora não interfiram
diretamente nos marcapassos, situações que podem provocar vaso-dilatação
importante como saunas prolongadas podem, dependendo do tipo do modo de
estimulação, evoluir com sintomas de baixo débito. Isso não deve ser
interpretado como interferência no marcapasso, mas como uma inadequada resposta
cronotrópica frente a uma solicitação metabólica exacerbada.
Esteiras ou Bicicletas Ergométricas
Estes aparelhos não interferem com o marcapasso, mas podem
resultar num trabalho físico que exija uma adequação de débito e freqüência
cardíaca para o exercício realizado. A eventual disfunção miocárdica e
limitação da adequação cronotrópica do marcapasso podem limitar a utilização
dessas formas de atividade física.
Fenômenos Triboelétricos
São causados por energia eletrostática, favorecida por
clima quente e seco. Um exemplo desse fenômeno é a atração de partículas,
gerados após a fricção de um objeto em uma superfície capaz de acumular cargas
elétricas (após ser friccionado nos cabelos, um pente é capaz de atrair
partículas de papel). Esse fenômeno pode ocorrer na interação de partículas
acumuladas em monitores de televisão e computador. Embora de discretíssimo
efeito clínico, existe a possibilidade de mínimas inibições transitórias do
gerador, quando em contato direto nessa superfície. Resumidamente o ambiente
doméstico raramente causa problemas clínicos ao portador de marcapasso. Pode-se
considerar que, na vigência da rede elétrica bem aterrada e aparelhagem com boa
manutenção, é improvável que as interferências do meio domiciliar possam trazer
qualquer prejuízo para a vida rotineira do paciente.
AMBIENTE SOCIAL
Os portadores de marcapasso cardíacos estão sujeitos à
interferências no funcionamento de seus sistemas de estimulação cardíaca, em
diversas situações de suas atividades sociais e cotidianas. Essas
interferências, na maioria sem significado clínico, podem ser evitadas com medidas
e/ou precauções simples, propiciando uma vida normal sem maiores limitações.
Procuraremos a seguir comentar situações e circunstâncias que freqüentemente
são alvo de questões dos pacientes a seus médicos:
Detetores de metais em aeroportos e em portas de bancos e
dispositivo anti-furtos de lojas
Estes dispositivos são passíveis de causar interferências
em marcapassos tanto unipolares como bipolares, podendo inibir, deflagrar,
reverter ao modo assíncrono e até mesmo modificar a programação dos marcapassos.
Recomenda-se aos portadores de marcapassos que não se exponham a estes tipos de
equipamento.
Transformadores e linhas de Alta Tensão
Podem determinar inibições ou deflagrações nos marcapassos,
sendo recomendado aos pacientes não transitarem próximo destes locais.
Escada Rolante, Elevadores, Portas Automáticas e Rádio de
Freqüência Privada
Não existem evidências de interferências nos marcapassos.
Transportes Coletivos
Não existem evidências de interferências nos marcapassos de
pacientes que utilizam transportes coletivos, sendo portanto liberados (em
algumas situações a vibração durante o translado pode interferir sobre os
sensores de atividade, provocando uma elevação inadequada da freqüência, porém
sem maiores significado clínico além do desconforto para o paciente).
Entretanto as cabines de comando de aviões devem ser evitadas.
Telefonia Celular
O sistema de telefonia celular utilizado atualmente na
maior parte do território brasileiro é analógico e pode causar discretas
interferências do tipo inibição transitória sem maiores repercussões clínicas.
o sistema digital mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa, dependendo da
proximidade do aparelho ao marcapasso, pode determinar interferências mais
significativas, havendo relatos até mesmo de mudança da programação.
Independente da tecnologia utilizada, recomenda-se manter o aparelho, sempre
que ligado, a uma distância superior a 15cm do marcapasso e seu uso no ouvido
contralateral além de não porta-lo próximo ao gerador (não mante-lo nos bolsos
de camisas e paletós, por exemplo).
Usuários de Automóvel
Apesar de existirem relatos de interferências em
marcapassos de pacientes que se aproximam do motor, os usuários (motorista e
passageiros) não sofrem qualquer tipo de interferência, sendo portanto este
meio de transporte liberado.
Práticas de Esporte e Esforços físicos em Geral
Qualquer esforço físico que requeira a participação da
musculatura próxima do gerador de pulso pode causar interferências do tipo
inibição, deflagração e/ou reversão assincrônica nos marcapassos unipolares,
devido a ação dos potenciais elétricos dos músculos esqueléticos, sendo que os
marcapassos bipolares são menos suscetíveis a este tipo de interferência. Não
existe maiores limitações para a prática de esportes.
Atividades Sexuais
Não existe qualquer tipo de interferência nos marcapassos
durante a atividade sexual desde que não ocorra, nos casos de marcapassos
unipolares, esforço físico na musculatura próxima ao gerador de pulso.
Parques de Diversão, Shopping Centers e Casas de
Espetáculos
Não existem evidências de interferência nos marcapassos
nestes locais.
AMBIENTE PROFISSIONAL
1. EMPRESAS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
a) Geração de energia elétrica
Os campos eletromagnéticos de grande magnitude como
conseqüência do acionamento dos diversos geradores de energia elétrica
contra-indica a presença de portadores de marcapassos. Existem, no entanto,
nestes locais algumas áreas com baixo nível de interferência eletromagnética
onde não há risco para os portadores de marcapasso.
b) Subestação de distribuição
Campos eletromagnéticos de alta tensão (corrente alternada
de 50 a
60 Hz) estão presentes nesses locais. Trabalhadores desta área que portam
marcapasso podem apresentar modificação funcional dessas próteses (inibição
e/ou reversão assíncrona). Estudos demonstram que existe a possibilidade de se
proteger esses profissionais através de paramentação específica, confeccionada
com material isolante capaz de permitir o trabalho em estações de até 400 KW.
c) Linhas de transmissão
Os campos eletromagnéticos provocados pelas linhas de alta
tensão podem provocar modificações funcionais em portadores de marcapasso. Essa
interferência depende da proximidade física do paciente à rede elétrica e da
presença de objetos de metal de grande porte (como automóveis) próximo ao portador
de marcapasso.
2. INDÚSTRIA MECÂNICA E SIDERURGIA
Os engenheiros, técnicos e os operadores de equipamentos
portadores de marcapasso estão sujeitos a ação de campos eletromagnéticos
quando atuam sob a influência das seguintes fontes:
a) Dispositivos de solda elétrica (arco voltaico) que
utilizem até 225A em corrente alternada ou contínua com baixa voltagem, parecem
não interferir na função dos marcapassos (testes in vitro). Por outro lado,
dispositivos de maior porte que utilizem mais de 300A têm demonstrado
modificações funcionais temporárias em importante percentual de pacientes. São
exemplos equipamentos para solda a ponto, para solda submarina, sob uso de gás
tungstênio.
b) Motores elétricos de grande porte através da geração de
campos eletromagnéticos podem provocar modificações funcionais transitórias nos
marcapassos, do tipo inibição, deflagração e reversão assíncrona.
3. INDÚSTRIA ELETRO-ELETRÔNICA
Os profissionais da área de montagem de tubos de TV e
monitores genéricos de vídeo (fontes de emissão de raios catódicos);
equipamentos de dosagem de radiação (portáteis ou de grande porte), estão
sujeitos às interferências por essas fontes de campo eletromagnético.
Equipamentos de solda por radiofrequência também podem provocar alterações temporárias
no funcionamento dos marcapassos.
4. EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES
a) Transmissores de radiofrequência AM, FM e TV podem
inibir geradores de pulso unipolares, na dependência da proximidade, potência e
modulação da freqüência transmitida.
b) Radar raramente interfere na função dos marcapassos de
seus operadores, podendo eventualmente ser detectada inibição esporádica da
estimulação.
5. EMPRESAS DE TRANSPORTES
Os condutores de automóveis, ônibus, caminhões, trolebus
não sofrem interferências sobre a função dos seus marcapassos durante suas
atividades profissionais. As cabines de aviões constituem exceção pela presença
de múltiplos dispositivos de radiocomunicação. Restrições profissionais,
entretanto têm sido feitas somente aos pilotos não se estendendo aos demais
tripulantes.
6. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DE MADEIRA E PLÁSTICOS
Os secadores de madeira por radiofrequência, furadeiras,
lixadeiras são fontes de interferência que podem causar inibição, deflagração e
reversão de marcapassos.
7. HOSPITAIS E OUTROS SERVIÇOS MÉDICOS E PARAMÉDICOS
Os profissionais que operam ou transitam em ambientes
dotados de equipamentos médicos, odontológicos ou paramédicos, estão sujeitos
às mesmas restrições que os pacientes. Devem, portanto seguir as mesmas
orientações do capítulo das interferências hospitalares.
8. PRESTADORES DE SERVIÇO
a) Eletricistas
Apesar do risco potencial, esses profissionais lidam com
rede de baixa voltagem e, quando suficientemente esclarecidos e protegidos por
luvas de borracha e botas, não são alvo de acontecimentos fatais.
b) Mecânicos de automóveis
As possíveis fontes de interferência ao sistema de
estimulação cardíaca relacionados à mecânica de automóveis tem sido pouco
estudadas. Sabe-se entretanto, que as operações ligadas aos motores e
instalações elétricas podem gerar campos elétricos e/ou eletromagnéticos. Com
relação aos motores de partida e a bobina do sistema de ignição são tidos como
capaz de provocar inibições da estimulação em marcapassos unipolares em
situações de proximidade inferior a 60cm.
Recomendam-se distâncias de 1 metro durante o manuseio
de motores com a ignição eletrônica ligados. As demais operações que envolvem
instalações elétricas de automóveis não são capazes de provocar ameaças porque
operam em baixa voltagem e em corrente contínua.
c) Funilaria e serralheria
Tais profissionais são submetidos a fontes diversas de
interferências durante suas atividades, a utilização de dispositivos de solda
elétrica de baixa voltagem e amperagem parece não interferir nos marcapassos.
Quando se utilizam equipamentos de alta voltagem, entretanto, podem ocorrer
inibições de marcapasso uni ou bipolares. O uso de furadeiras e lixadeiras pode
provocar baixo grau de inibição ou reversão assíncrona.
d) Técnico de televisão
O tubo de imagem e os dispositivos utilizados para teste e
reparo são fontes de campos eletromagnéticos capazes de interferir nos
marcapassos. As interferências podem ser do tipo inibição, deflagração ou
reversão para o modo assíncrono.
e) Digitador e técnico de informática
Com exceção dos problemas inerentes aos fenômenos
triboelétricos relacionados ao monitor de computador, não parece haver qualquer
interferência sobre o marcapasso. É recomendável entretanto, o adequado
aterramento do computador, inclusive do teclado.
f) Consultório dentário
Os dentistas e seus auxiliares quando portadores de
marcapasso, podem estar sujeito a inibição, deflagração e reversão pela
interferência de aparelhos de diatermia dental sempre que os aparelhos estejam
ligados. Observando-se distâncias superiores a 35cm tais interferências deixam
de ocorrer.
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